Esqueça tudo que você leu em livros que estampem algum selinho que, num cidadão informado, cause qualquer tipo de desconfiança ou constrangimento. Gente contratada para propagandear a pior das ideologias – a estatista-governista; pessoas que jamais estudaram o assunto com isenção que a matéria, que é delicada, requer. Esqueça também tudo que aprendeu com seu professor, se foi ele que colocou “minhocas” na sua cabeça, ainda em fase de desenvolvimento, do tipo “ditadura matou milhares de pessoas”, “luta por democracia”, “anos de chumbo” e toda essa patacoada. Se alguém diz isso, sem constrangimento nem remorso, é um analfabeto político do tipo incorrigível que merece amparo, compreensão e um pouquinho mais de estudo. Há, com as devidas exceções (eu conheço muitos de excelente nível), professores e burocratas que não são muito confiáveis nesta matéria específica. Os primeiros porque não gostam de estudar (há exceções), já que dizem que ganham pouco, e os segundo dizem que não são pagos para isso. Falo com isenção, sem ligação, é claro, com nenhum tipo de instituição ou com essa rede porca de partidos politiqueiros que contaminou todo país. O assunto é mal tratado no Brasil, a um, pela paixão que envolve o tema e, a dois, por ter gente despreparada que faz questão de discutir o que não sabe. Fato é: gente morreu: comunistas, militares, soldados, jornalistas, bandidos. Temos de assumir: foi trágico e indelével. Um período de muita instabilidade, de crimes, tanto cometido pelos guerrilheiros quanto pelos elementos castrenses. Há que se ter respeito pelos mortos e não tratá-los como números, tão somente. Afastar toda paixão desenfreada e interesses pouco dignos que envolvem o tema e debater isso com honestidade intelectual. Seria o mínimo a exigir. O faço. A mitologia neste ponto tornou-se insuportável, os tabus, a absoluta falta de senso e as mentiras deslavadas, o que certamente me inspiraram a sair do reino do silêncio e escrever esse simples e brevíssimo texto, visão a qual eu acho mais coerente e mais aproximada do que aconteceu realmente no período do regime, de abril de 1964 a meados de março de 1985. Veja o que causou toda a entropia democrática foi a propagação da ideologia salvacionista-comunista, que estava bem no epicentro da Guerra Fria, entre EUA e URSS e que custeada com recursos fáceis, se tornara política de Estado de algumas nações que descuidavam de seus nacionais, para tratar de ideologias. No Brasil, com a renúncia de Jânio Quadros, por motivos de “forças ocultas” (?) assume João Goulart, que após algumas crises de governabilidade, assume poderosamente a máquina governamental e dá inicio a seu mandato popular. Houve, neste momento, uma espécie de acirramento entre a população, dita representada, que era visivelmente bajulada pelo Governo Goulart e setores mais “conservadores” da sociedade. A tensão era realmente muito forte, inclusive dentro dos setores militares da nação – estimulada escancaradamente pelo próprio Goulart. Goulart não fazia questão de se esconder como o presidente ligado a setores sociais e com estreita ligação com o comunismo – tanto que em 13 de março daquele ano, em comício na Central do Brasil, no Rio, fez discurso bastante inflamado defendendo mudanças estruturais que alegadamente o país necessitava. O Brasil vivia uma gravíssima crise econômica, com inflação bastante alta o que reforçava a inflamação social. Lembrando ainda que quando Jânio renunciou Jango estava na China e que este foi o Ministro do Trabalho do ditador nacionalista Getúlio Vargas. O próprio Governo açulava descaradamente a polarização existente entre a classe média conservadora e outras instituições e o povo que defendia a política de abertura popular de Jango. Havia manifestações de ambos os lados, sendo que os setores de comunicação (jornais, rádios) eram inclinados ao dito “conservadorismo”. O Presidente em exercício iniciou processos administrativos de desapropriações para a reforma agrária popular (ver DECRETO Nº 53.700, DE 13 DE MARÇO DE 1964. Declara de interêsse (sic) social para fins de desapropriação as áreas rurais que ladeiam os eixos rodoviários federais, os leitos das ferrovias nacionais, e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de irrigação, drenagem e açudagem, atualmente inexploradas ou exploradas contrariamente à função social da propriedade, e dá outras providências) e estatizou empresas de petróleo. Realmente seu governo pode ser classificado como reformista. Por obra especialmente de Celso Furtado e San Tiago Dantas eram previstas as chamadas “reformas de base”, com apelo fortemente intervencionista como, por exemplo, a limitação da remessas de lucros por multinacionais e mais importante que seriam a estatização de setores ditos estratégicos, a desapropriação de áreas rurais, entre outras medidas como a adoção do método de educação-conscientização “Paulo Freire”, feito pelo educador de mesmo nome. Eis que focos militares insurgem-se e saem de Minas Gerais (Comando de Olímpio Mourão Filho) e São Paulo, assumindo os militares o comando da nação, promulgando, desde já, medidas autoritárias (31 de março 64). Não houve mortes, nem troca de tiros neste instante. Foi, de fato, muito silencioso esse processo de tomado de Poder. Nesta época instável da vida nacional, Cuba já treinava guerrilheiros brasileiros, ensinando-lhes técnicas de sequestro, mortes, furtos e manipulação de armamentos, mandando também dinheiro para o Brasil, financiando assim, grupos terroristas-revolucionários. Os EUA acompanhavam de perto esses acontecimentos. Cuba e URSS já eram alinhadas ideologicamente. A primeira conclusão necessária foi que o povo mesmo pediu a ditadura militar: saiu às ruas, especialmente os setores mais conservadores, e reclamaram medidas contra e inclinação socialista de Goulart. Os militares ouviram os reclamos da população – nada mais. Em 19 de abril daquele ano, a multidão saiu às ruas para protestar em resposta ao comício da Central do Brasil, referido acima, onde Jango defendia suas reformas populistas para o delírio de uma multidão. Meio milhão de gente compareceu no protesto conservador anti-comunismo contra 150 mil pessoas da Central do Brasil, contando com propaganda do Governo. Aquele é um número muito expressivo (Marcha da Família com Deus pela Liberdade). Dessa forma, o povo pediu o regime e tratou logo de afastar o comunismo. Algo que não entra na mente de nossa intelligentsia. Estes falam tanto em democracia, mas quando o maior protesto realizado por aqui diz expressamente: somos contra a onda vermelha que Cuba financia e queremos a estabilidade de um governo republicano, fazem ouvidos moucos. Vicia totalmente o debate. Resumo: o povo pediu ao regime e afastou o comunismo. Isso jamais entrará na memória seletiva da população, que ainda quer acreditar em conhecimento apostilado e conversas de botecos, feitas por esquerdistas, que sempre foram alérgicos aos estudos. Se a América queria uma Doutrina de Segurança Nacional que desejava o expurgo de ideias nefastas que só causaram mortes e miséria ao mundo, os países comunistas também tinham sua doutrina de ampliação. Assim Cuba e URSS viam em nosso povo uma gente intelectualmente fraca e que assimilaria com facilidade seus conceitos. E assim foi feito. Universitários brasileiros tinham orgasmos com ideias comunistas, sem saber bem o que era isso, e até hoje não sabem e se metem a “inteligentinhos” querendo discutir e defender o indefensável. Assim, com a tomada do Poder, assumem os castrenses e editam o A.I. nº 1 com medidas, de fato, duras e arbitrárias. Não se pode negar esse fato. Isso por 21 anos foi a ditadura civil requerida pelo povo. Pensemos agora no regime comunista que a senhora Rousseff lutava. Com toda certeza do mundo, estaríamos ainda inseridos nele, não existiria a tão comemorada Constituição Federal de 1998 e o computador que você lê esse texto provavelmente não existiria; ou seja, você, caro leitor, não estaria lendo esse artigo. Essa estória faz parte de nossa História e ninguém vai contar pra você. Não existiria anistia por via legislativa, inclusive. Nem condenados por mensalão, já que o mensalão é estratégia governista, e não simples ato de corrupção. Temos de ter clareza sobre esse assunto, todo ato de corrupção que emana de um Governo socialista jamais pode ser considerado crime comum e assim mero ato de expediente. Algo que seria comum na ditadura comunista que viveríamos. Se vivêssemos a ditadura comunista requerida por gente como Dilma Rousseff, Genoíno, Fernando Gabeira e outros políticos atuais, seria apenas ato administrativo formal e cotidiano – tal como ocorre na China, Venezuela, etc. Foi triste o período, como já dito, mas pensemos abstratamente, em proporções. Isso aqui seria, sim, uma Grande Cuba ou uma China fechada, sem economia de mercado. Mortes, assassinatos, analfabetismo, repressão, partido único (PT, PSOL, PSTU?). Houve mortes, sim. 300 pessoas mortas. O que é lamentável e merece severas críticas. Eu as faço: nada, NADA JUSTIFICA SE MATE UMA PESSOA POR MOTIVAÇÃO POLÍTICA. Mas há de se considerar que dentre essas muitas baixas haviam sequestradores, guerrilheiros com treinamento em cuba, pela KGB, assaltantes de banco (alguns hoje bem famosos). Gente que pedia para um Governo sabidamente autoritário para morrer! Esses guerrilheiros lutavam por um ideal utópico, nacionalista e coletivista que era o comunismo que o brasileiro de intelectualidade média (chamavam-no de “conservador”) desejou ver sumamente contido. A ditadura cumpriu sua função, sim, mas de modo arbitrário. Se excedeu. Não se trata de justificar maquiavelicamente 300 mortos que ela fez. Como disse nada justifica, entretanto poderia ter se utilizado outros meios para conter a ideologia monstro dos guerrilheiros treinados em Cuba e que desejavam uma ditadura “a maneira deles ”. Repito, antes que algum “idiota útil” me chama “fascista”: não sou a favor de expedientes de torturas, nem assassinatos. Repudio todas essas técnicas esquerdistas, que foram bem reveladas nos “Processos de Moscovo” (1936/1938). Não usaria jamais o termo “ditabranda”, mas a terminologia existe sim, com referência direta ao modus operandi efetivamente diferenciado em comparação aos empregados por outros Governos transitórios. A companheira Estela, hoje Dilma, talvez não saiba, mas hoje poderia estar morta pelos seus superiores e companheiros de ideal, em razão da sempre presente dissidência revolucionária. Não teríamos nem Dilma Presidente. Ainda se diga que não existiram “exilados”. Todos foram fugitivos do país. Esses cantores, escritores, políticos não foram exilados políticos. Eles fugiram do mesmo ideal utópico que antes da assunção dos militares, faziam-nos posar de durões. São desertores. Num regime comunista seriam fuzilados e jogados em vala comum. Para haver exílio político, o Estado tem que decretar isso oficialmente por sua estrutura jurídica, por meio de ato normativo. Não foi feito e alguns revolucionários se mandaram para países europeus ou caribenhos, donde retornaram, requerendo aposentadorias, pensões, algumas milionárias, e outras espécimes de bolsas- ditadura. Veja isso, cometem atos de terror e recebem verbas de Governo. Percebem a imoralidade disso? Alguns picharam alguns muros ou tacaram umas pedras e saíram correndo. Esse assunto virou uma banalidade tremenda. Falsos revolucionários. Essa gente dá vergonha alheia. Veja que a questão não pode ser aviltada como considerar a ditadura militar foi ruim porque foi arbitrária e ilegal, temos que considerar o contexto e fazer duras críticas à torturas e mortes que os militares de fato lançaram mão. O contexto era perverso. Veja que o grosso dos mensaleiros condenados pelo STF e já oficialmente declarados bandidos estavam por trás do esquema comunista. Estávamos entre o fuzil momentâneo ou a bigorna indeterminada. E o último dos militares, Figueiredo, cumpriu o acordo e entregou o Poder. Agora, responde sinceramente: um comunista entregaria o Poder assim de mão beijada? À época, tínhamos o chamado bipartidarismo: ARENA e MDB. Hoje, nem isso temos. Temos apenas um ajuntamento de políticos aproveitadores, numa coalizão pra lá de nojenta, sugando dinheiro do povo, e liderados por Lula, o senhor todo poderoso, fundador do Foro de São Paulo e dono do governo em que houve o maior esquema de corrupção da História do Brasil, onde o Congresso foi comprado por alguns mil reais e uma mulher era mais poderosa que qualquer outro Ministro de Estado: a esquecida senhora Rosemay Noronha. Novamente encaminhamo-nos para isso. Pode não ser nesses moldes, de revolução castrista. Com total estatização dos meios de produção. Mas os alicerces culturais estão bem assentados. Não há democracia (ainda que ignorantes pensem o contrário), não há oposição, corrupção virou mero instrumento visando um fim bom “para todos” e a administração da miséria virou slogan de propaganda pró-Governo, decodificada pela mídia imbecil como a mensagem “milhões de pessoas saíram da miséria”. Há economistas famosos que usam esse jargão petista. Percebem a influência nefasta do petismo? Quando avistar algum utópico (eu chamo de outro nome) dizendo que lutaram pela democracia, encerre a conversa, não vale a pena discutir. Melhor, dê de presente um bom livro e que não seja oficial. Por fim, não podemos, jamais, colocar a ditadura militar (64-85) como heroína no bloco da História brasileira. Se por um lado, ela sim, EVITOU O MAL MAIOR, que era a democracia “a la China”, ela foi responsável por uma abertura totalmente abobada, sem norte e destrambelhada, o que possibilitou a subida dessas porcariadas ulteriores ao Poder. Além do que o estatismo avançou muito no período. A burocracia foi recrudescida. O fato é: sem a nomeação da Junta Militar, será que, pelo menos, hoje teríamos essas migalhas democráticas que gozamos: como eleição bienal, Constituição Federa respeitada (muito em tese), respeito mínimo à propriedade privada? É realmente crível que Juscelino voltaria ao Governo? Essa tese é válida, ante toda a euforia da esquerda nacional – o país vivia praticamente uma “guerra civil” (mutatis mutandis), com muitos protestos, manifestações, algumas violentas, revoltas, etc? Falta clareza. A Comissão da Verdade é parcial. É o vigia. E quem vigia o vigia? A senhora Dilma Rousseff, que declarou expressamente pegar em armas, participou de atos violentos? Quais foram? Nada que interfira no desenvolvimento regular de sua gestão no Executivo, nem curiosidade rasteira, mas a História quer saber. Precisamos de mais transparência nessa matéria. É um capítulo mal contado do século passado. Não precisamos reescrevê-lo, nem revisá-lo, apenas entendê-lo corretamente.